terça-feira, 5 de maio de 2009

Tyle pytan´ - STRACONY

STRACONY é uma maravilhosa banda anarco/peacepunk cosmopolita, das terras polonesas, iniciada em 1992. Tem algumas das canções mais empolgantes e letras mais interessantes do gênero, bom para quem acha que tudo começou e terminou com CRASS. ; )


Tyle pytan´ (Tantas perguntas)


BAIXE AQUI


(Do LP "Uwazajcie-Bomby Wisza Nad Waszymi Glowami")

Confusão, bagunça em minha cabeça.
Mãos estão tremendo, cabeça está ardendo.
Pelo que estou vivendo, onde está o sentido da existência?
Onde esta o limite do Universo?
Você realmente me ama?
E eu mereço o seu amor?
Alguém se importa comigo?
Alguém pelo menos repara em mim?

Tantas perguntas, poucas repostas! (4x)

Enormes arranha-céus, pessoas pequeninas.
Segure minha mão ou irei cair.
Outr@s já desistiram e nós estamos constantemente resistindo.
Somos melhores do que todo qualquer um/um@?
Tant@s de nós foram esquecid@s.
Ele está vindo, eles estão partindo.
E por quanto tempo nos iremos respirar?
Restam muitas coisas para serem feitas?

Tantas perguntas, poucas repostas! (4x)

Onde estou?
Vendo apenas muros, eu fecho meus olhos,
tudo é diferente.
O que aconteceu com todos os meus sonhos?
Não há nenhum lugar em que eu possa viver?
Porque nossa vida maldita acabou dessa forma?
Porque minhas vontades ultrapassam minhas capacidades
Sabendo que sou apenas human@ eu quero algo mais!

Tantas perguntas, poucas repostas! (4x)



As vidas que levamos, e as vidas que gostaríamos de levar. (*)

Este mundo, o suposto "mundo real" é só uma fachada. Empurre as persianas e verás bibliotecas cheias de histórias fugidias, as avenidas repletas de fugitiv@s e simpatizantes, todas as recepcionistas e mães sensatas estão se livrando das rédeas por uma oportunidade de mostrar quão vivas ainda estão... e todo esse falatório sobre responsabilidade e de ser prátic@s, são apenas ameaças e enganos para impedir-nos de estender nossas mãos e encontrar o céu que se encontra a nossa alcance, diante de nós.


Pode saboreá-lo no choque e no ruído de um primeiro e inesperado beijo, ou no sangue em sua boca naquele instante depois de um acidente, quando você percebe que apesar de tudo ainda está viv@. Sopra no vento que sentes nos telhados de uma verdadeira noite imprudente de aventuras. Ouve na magia de suas canções favoritas, quando te elevam e te transportam de formas que nenhuma ciência ou psicologia jamais pode explicar. Pode ser que tenha visto evidência disso rabiscado nas paredes dos banheiros, em um código sem senha; ou você pode ter visto uma pálida reflexão disso em algum dos filmes que fazem para nos manter entretid@s. Está entre as palavras, quando falamos de nossos desejos e aspirações, mesmo espreitando - em alguma parte - por debaixo das limitações de ser "realista" e "prátic@".

Quando poetas e radicais permanecem despert@s até o amanhecer, quebrando suas cabeças para a perfeita seqüência de palavras ou ações para encher corações (ou cidades) com fogo, el@s estão tentando achar uma entrada oculta até ele. Quando, tarde da noite, crianças escapam por suas janelas para sair explorando por aí; ou quando lutador@s pela liberdade procuram por uma fraqueza na couraça do governo, el@s estão tentando entrar escondid@s nele; pois el@s sabem melhor que nós onde se escondem as portas. Quando adolescentes destroem um cartaz publicitário para provocar uma noite inteira de perseguições com a polícia, ou anarquistas invadem uma manifestação pacífica para destroçar as janelas de uma sucursal de uma grande rede de lojas; el@s estão tentando tomar de assalto suas portas.

Quando você está fazendo amor e descobre uma nova sensação ou região no corpo d@ seu/sua amante, e amb@s sentem-se como explorador@s descobrindo uma nova parte do mundo, como se tivessem descoberto um oásis no deserto ou a costa de um continente desconhecido; como se fossem @s primeir@s a chegar no pólo norte ou à lua, vocês estão traçando suas fronteiras.

Não é um lugar mais seguro que este - pelo contrário, é a sensação de perigo ali presente, que nos trás de volta à vida: a sensação de que por uma vez, por um momento que parece eclipsar o passado e o futuro, algo real está em jogo.

Talvez você tropeçou nele por acidente, uma vez, e ficou impressionad@ com o que encontrou. O velho mundo se desmanchou atrás de ti, e nenhum doutor, físico ou metafísico pode juntá-lo de novo. Todo o anterior se converteu em trivial, em irrelevante, em ridículo, assim como de repente os horizontes diminuíram ao seu redor, e caminhos muito melhores dos que os que pôde imaginar apareceram. E talvez jurastes que nunca voltaria, que viveria o resto da sua vida eletrizad@ por essa urgência, na excitação da descoberta e da transformação; mas voltou.

O senso comum impõe que este mundo novo só pode ser experimentado temporariamente, que é apenas o choque da transição, e nada mais; mas os mitos que compartilhamos ao redor de nossas fogueiras narram uma história diferente: ouvimos sobre homens e mulheres que permaneceram ali por semanas, anos, que nunca voltaram, que viveram e morreram - ali - como heróis. Nós sabemos, porque o sentimos no ancestral recanto de nossos corações que abriga a lembrança de liberdade desde tempos remotos, que este mundo secreto se encontra perto, esperando por nós. Você pode vê-lo no brilho de nossos olhos, no abandono de nossas danças e nossas aventuras amorosas, no protesto ou festa que sai fora de controle.

Você não é a única pessoa tentando encontrá-lo. Também estamos aqui fora... alguns de nós inclusive estamos esperando por você. E deverias saber que qualquer coisa que você tenha feito, ou considerado fazer para chegar lá não é insana, mas linda, nobre, necessária.

A revolução é simplesmente a idéia de que podemos entrar neste mundo secreto e nunca voltar; ou melhor, que podemos arder este aqui em chamas, para revelar o que se esconde por debaixo.


* Texto retirado e traduzido do jornal Heraldo - "Tu ticket a un mundo sin cargo alguno" - 1er Comunicado da Guerrilla Latina Crimethinc, página 01. Também chamado de Harbinger, O Arauto teve o seu primeiro número publicado por estes lados.


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